As novas idéias não surgiram do nada, nem por acaso. Boa parte delas fora legada pelos grandes pensadores dos séculos XVI e XVII, que, na realidade, tinham dado os primeiros passos no sentido de "modernizar" o pensamento europeu. Um desses luminares foi René Descartes (1596-1650), cujo pensamento opunha a evidência da razão ao jugo das tradições ou da autoridade. Outras influências importantes foram Francis Bacon (1561-1626) e John Locke (1632-1704). Partidários do Empirismo, ambos sustentavam que a experiência sensível estava na origem do pensamento, não sendo possível o aparecimento de nenhuma idéia no intelecto sem que antes houvesse surgido no campo dos sentidos. E foram as regras de investigação científica explicitadas nos trabalhos de Isaac Newton (1642-1727) que serviram de elemento de ligação entre o Empirismo (rigorosa experimentação) e o pensamento do século XVIII. Sem dúvida, havia elementos comuns nas obras de pensadores como Newton, Descartes e Locke, de um lado, e o Iluminismo, de outro. Entre eles a recusa a qualquer idéia preconcebida ou crença ditada por alguma autoridade (religiosa, política ou filosófica) e a irrestrita confiança desses "pioneiros" da modernidade na força da razão e na eficácia do método científico.
No século XVIII a Europa era um formigueiro de idéias e inovações. O progresso atingia todos os setores: arte, ciência, técnica, pensamento. Na verdade, estava em curso uma "revolução do espírito", como dizia Voltaire. Para que essa "revolução" seja entendia, porém, é importante lembrar o entusiasmo e a extraordinária abertura de novos horizontes que o progresso suscitou. O mundo se dilatava. A descoberta a Austrália ampliou o mapa-múndi. A audácia do engenho humano não conhecia limites. O norte-americano Robert Fulton (1765-1815) construiu um barco que, embora sem remos ou vela, se movia mesmo contra a corrente: era um navio a vapor. Enquanto isso, os irmãos Montgolfier, com os seus balões de ar quente, alçavam-se às alturas abrindo caminho para a conquista do espaço. Enfim, tudo parecia ser alimentado pelo movimento. Os ilusionistas nada mais fizeram senão aplicar os princípios e métodos que tinham dado tão bons resultados na ciência e na técnica a outros campos do saber: filosofia, economia, política. E foi então que, a partir dessa prodigiosa "revolução cultural", começaram a germinar as sementes de muitas outras revoluções, que alterariam definitivamente, antes do final do século XVIII, a face da Europa.
Da mesma forma, toda obra de arte teria um mesmo significado para seus apreciadores e quanto mais se deixasse revelar, seria melhor. Isso era o ideal de beleza desses homens. Era o início da consolidação da estética como nova disciplina filosófica. Já que o século das luzes tem a glória incomparável de ter unido obra crítica à obra criadora, então a estética também veio acompanhada de uma nova forma de criação artísitica.
No Renascimento, as características principais das pinturas foram a triangulação, simetria e perspectiva. O triângulo, formado por três linhas imaginárias servia de guia para introdução dos elementos da imagem. No topo do triângulo encontra-se sempre o centro de interesse, o elemento mais importante do conteúdo. Nos vértices são colocados os elementos complementares como base de sustentação para o elemento principal. Geralmente, nos quadros desta escola, ao prolongarmos as linhas das perspectivas, elas sempre convergem para o centro de interesse.
Na obra "A Ceia" de Leonardo da Vinci observamos que a composição básica é formada por uma grande linha horizontal tendo ao meio a figura de Cristo que marca o eixo vertical. A triangulação formada em Cristo tem Sua cabeça como centro. O prolongamento de todas as linhas das perspectivas das paredes se cruzam num ponto de fuga que não outro senão a própria cabeça de Cristo. A simetria tem como centro de interesse o corpo de Cristo. A luz já aparece como elemento central neste quadro com a função de chamar a atenção do centro de interesse: está ao fundo, como uma moldura clara onde Cristo aparece com muito bom contraste. É uma primeira demonstração do aspecto iluminação como fortalecedor do centro de interesse. O Renascimento ainda não trabalhava sombra e luz, mas claros e escuros. Daí a importância que adquiriu os claros e escuros nas obras de Leonardo da Vinci.
Mais um exemplo, dentro das características do Renascimento é o quadro "A Libertação de São Pedro" uma das mais importantes obras de Rafael, onde revela a maestria de uso da luz para tornar expressiva a importância do anjo salvador. Na mesma cena apresenta ao centro o anjo "iluminado", nos dois sentidos, despertando São Pedro e à direita da mesma obra o "iluminado" anjo libertando-o. O trabalho apresenta no contraste o fundo sombrio dos soldados e prisão.
Michelangelo se distinguiu da estética renascentista abandonando a crença de que a Beleza é produzida por uma relação matemática de proporções entre as partes do todo, e confiava antes nos sentidos. Dizia que é mais necessário ter um compasso no olho do que nas mãos, pois as mãos produzem a obra, mas quem a julga é o olho. Não se sentia obrigado a seguir leis estéticas apriorísticas dizendo que o artista não devia ser guiado senão pela ideia que concebera, e considerava possível definir outras proporções igualmente aceitáveis e belas. Sua insistência na sua própria autonomia criativa e na expressão de sua visão pessoal o tornou o primeiro artista do ocidente a ter príncipes e papas a seus pés, decretando por si mesmo como a obra deveria ser realizada, ao contrário da prática anterior à sua geração, quando o artista era um simples artesão obediente à vontade de seus patronos.
Caravaggio, nascido na Itália (1572-1610) "foi uma das personalidades mais fascinantes da história por ter encarnado o ideal do artista em conflito com as convenções sociais". O uso da luz e sombra, definido como o uso dramático do claro-escuro proporcionaram um novo vocabulário histórico.
Esta nova técnica permite a ilusão de maior dramaticidade da cena, uma vez que a representatividade ganhava expressão própria. A luz passou a ser elemento gerador de sensações no receptor. A fonte inspiradora para o uso da luz foi a observação que Caravaggio pintava geralmente com iluminação de lamparinas ou muitas velas, dando-lhes elementos comparativos dos resultados iluminados com forte fonte de luz.
Esta nova técnica permite a ilusão de maior dramaticidade da cena, uma vez que a representatividade ganhava expressão própria. A luz passou a ser elemento gerador de sensações no receptor. A fonte inspiradora para o uso da luz foi a observação que Caravaggio pintava geralmente com iluminação de lamparinas ou muitas velas, dando-lhes elementos comparativos dos resultados iluminados com forte fonte de luz.
Vermeer, holandês que viveu de 1632 à 1675, aparece como ponto importantíssimo nesta relação das artes plásticas com a iluminação para televisão. Seus quadros são trabalhados com as técnicas assimiladas anteriormente, porém introduz o conceito da sombra e os reflexos da iluminação como representação do ambiente real. Supõe-se que Vermeer utilizou-se da câmera escura como base para representar as cenas. A câmara escura foi inicialmente utilizada em um quarto totalmente escuro com um pequeno furo na parede. Por este furo os raios luminosos projetavam na parede interna do quarto a paisagem "enquadrada". O princípio de uma câmera fotográfica não tinha filmes, mas projetava a cena enquadrada em uma tela que servia de referência ao pintor.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Michelangelo
http://www.willians.pro.br/luzartis.htm
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/iluminismoseculo-xviii-textos
eita assunto grande e ainda mais perdido nas minhas materias
ResponderExcluircadê as perguntas prof?
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