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28 de julho de 2010

Viver é uma GRAÇA!

Durante décadas, nós mulheres, lutamos por igualdade de direitos e por um espaço numa sociedade historicamente machista. Mostramos que nós somos em maior número nas universidades, que temos mais tempo de escolaridade do que os homens. Por esses e tantos outros motivos conquistamos o respeitos de homens e mulheres neste Brasil tão desigual. Reivindicamos e conquistamos uma lei que nos ampara e nos protege contra atos de violência. Infelizmente não conseguimos acabar com a taxa de homicídos praticados por maridos, ex-maridos, namorados, ex-namorados e/ou ex-companheiros. Ganhamos o mercado de trabalho e nos tornamos chefes de família. Aproximadamente 40% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres.


É! Nossa história sempre foi de luta e de conquistas, que devem ser celebradas a cada minuto. Pois não é muito fácil ser MULHER no Brasil. E quando, nossa luta parece ter alcançado nossos objetivos, o destino nos apresenta mais um desafio: o câncer de mama. Mundo cruel, podemos dizer. Será que sempre seremos testadas? Nossa capacidade de superação estará sempre à prova? Qual será nossa atitude em frente ao maior desafio, a luta pela vida?

Aqui no Brasil, esse tipo de câncer é o que mais mata mulheres. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer, em 2008, foram registrados 49.400 novos casos da doença no País. Mundialmente, é a forma mais comum de câncer em mulheres - afetando, em algum momento de suas vidas, aproximadamente uma em cada nove a uma em cada treze mulheres que atingem os noventa anos no mundo ocidental. É a segunda maior causa fatal de câncer em mulheres (depois do câncer de pulmão).

O câncer é uma doença silenciosa, não apresenta dor, não lhe avisa que está dentro de você. Por isso se torna fatal. A forma mais simples e que ajuda a prevenir ou detectar o aparecimento de nódulos na mama é o fazer o auto-exame, é o toque.

O toque proporciona o conhecimento do seu corpo e pode identificar qualquer alteração que sua pele, sua mama possa apresentar. É necessário que toda mulher tenha a prática do toque com frequência porque o câncer de mama pode apresentar diversos sintomas como aparecimento de nódulo ou endurecimento da mama ou embaixo do braço; mudança no tamanho ou no formato da mama; alteração na coloração ou na sensibilidade da pele da mama ou da aréola; secreção contínua por um dos ductos; retração da pele da mama ou do mamilo; inchaço significativo ou distorção da pele e ou mucosas.

Além da luta pela vida, está em jogo também os valores que cada uma traz de si, pois o câncer de mama favorece o surgimento de muitas questões na vida das mulheres, como implicações sociais, psicológicas e sexuais. A mama, para nós mulheres, simboliza não só o aspecto erótico, sensual, estético, ela simboliza a vida pois alimentamos nossos filhos, amamentamos.

Neste momento de nossas vidas, das tantas mulheres que já tiveram câncer de mama e conseguiram a cura, das tantas mulheres que lutam contra esse mal, e de tantas outras mulheres que poderão contrair essa doença, deixo uma mensagem: DÁ PRA CURAR. Como não é uma doença que se transmite — e sim se desenvolve —, a forma mais eficaz de curá-la é pelo diagnóstico precoce, quando a doença ainda está bem delimitada e pode ser tratada com mais eficácia. Ele é feito por uma série de exames clínicos e de imagem. Quanto mais precocemente a doença for detectada, maiores serão as chances de cura, com menos sequelas físicas e psicológicas.

Hoje, mais do que nunca percebemos que não dá para pensar nisso só uma vez por ano.

Deixo aqui meu abraço, meu apoio a todas a campanhas sobre o câncer de mama e a Professora Graça, porque na luta contra o câncer de mama, a vida é uma GRAÇA!

Vamos Celebrar a Vida!

19 de julho de 2010

O Século das Luzes e o Renascimento das Artes

O Século das Luzes foi marcado, na Europa, pelo aumento da produção agrícola, pela urbanização acelerada, pela invenção da máquina a vapor e da locomotiva e pela Revolução Francesa. No entanto, apesar dos avanças tecnológicos e das mudanças operadas na estrutura econômica e na vida artística,


As novas idéias não surgiram do nada, nem por acaso. Boa parte delas fora legada pelos grandes pensadores dos séculos XVI e XVII, que, na realidade, tinham dado os primeiros passos no sentido de "modernizar" o pensamento europeu. Um desses luminares foi René Descartes (1596-1650), cujo pensamento opunha a evidência da razão ao jugo das tradições ou da autoridade. Outras influências importantes foram Francis Bacon (1561-1626) e John Locke (1632-1704). Partidários do Empirismo, ambos sustentavam que a experiência sensível estava na origem do pensamento, não sendo possível o aparecimento de nenhuma idéia no intelecto sem que antes houvesse surgido no campo dos sentidos. E foram as regras de investigação científica explicitadas nos trabalhos de Isaac Newton (1642-1727) que serviram de elemento de ligação entre o Empirismo (rigorosa experimentação) e o pensamento do século XVIII. Sem dúvida, havia elementos comuns nas obras de pensadores como Newton, Descartes e Locke, de um lado, e o Iluminismo, de outro. Entre eles a recusa a qualquer idéia preconcebida ou crença ditada por alguma autoridade (religiosa, política ou filosófica) e a irrestrita confiança desses "pioneiros" da modernidade na força da razão e na eficácia do método científico.

No século XVIII a Europa era um formigueiro de idéias e inovações. O progresso atingia todos os setores: arte, ciência, técnica, pensamento. Na verdade, estava em curso uma "revolução do espírito", como dizia Voltaire. Para que essa "revolução" seja entendia, porém, é importante lembrar o entusiasmo e a extraordinária abertura de novos horizontes que o progresso suscitou. O mundo se dilatava. A descoberta a Austrália ampliou o mapa-múndi. A audácia do engenho humano não conhecia limites. O norte-americano Robert Fulton (1765-1815) construiu um barco que, embora sem remos ou vela, se movia mesmo contra a corrente: era um navio a vapor. Enquanto isso, os irmãos Montgolfier, com os seus balões de ar quente, alçavam-se às alturas abrindo caminho para a conquista do espaço. Enfim, tudo parecia ser alimentado pelo movimento. Os ilusionistas nada mais fizeram senão aplicar os princípios e métodos que tinham dado tão bons resultados na ciência e na técnica a outros campos do saber: filosofia, economia, política. E foi então que, a partir dessa prodigiosa "revolução cultural", começaram a germinar as sementes de muitas outras revoluções, que alterariam definitivamente, antes do final do século XVIII, a face da Europa.

Da mesma forma, toda obra de arte teria um mesmo significado para seus apreciadores e quanto mais se deixasse revelar, seria melhor. Isso era o ideal de beleza desses homens. Era o início da consolidação da estética como nova disciplina filosófica. Já que o século das luzes tem a glória incomparável de ter unido obra crítica à obra criadora, então a estética também veio acompanhada de uma nova forma de criação artísitica.

No Renascimento, as características principais das pinturas foram a triangulação, simetria e perspectiva. O triângulo, formado por três linhas imaginárias servia de guia para introdução dos elementos da imagem. No topo do triângulo encontra-se sempre o centro de interesse, o elemento mais importante do conteúdo. Nos vértices são colocados os elementos complementares como base de sustentação para o elemento principal. Geralmente, nos quadros desta escola, ao prolongarmos as linhas das perspectivas, elas sempre convergem para o centro de interesse.

Na obra "A Ceia" de Leonardo da Vinci observamos que a composição básica é formada por uma grande linha horizontal tendo ao meio a figura de Cristo que marca o eixo vertical. A triangulação formada em Cristo tem Sua cabeça como centro. O prolongamento de todas as linhas das perspectivas das paredes se cruzam num ponto de fuga que não outro senão a própria cabeça de Cristo. A simetria tem como centro de interesse o corpo de Cristo. A luz já aparece como elemento central neste quadro com a função de chamar a atenção do centro de interesse: está ao fundo, como uma moldura clara onde Cristo aparece com muito bom contraste. É uma primeira demonstração do aspecto iluminação como fortalecedor do centro de interesse. O Renascimento ainda não trabalhava sombra e luz, mas claros e escuros. Daí a importância que adquiriu os claros e escuros nas obras de Leonardo da Vinci.


Mais um exemplo, dentro das características do Renascimento é o quadro "A Libertação de São Pedro" uma das mais importantes obras de Rafael, onde revela a maestria de uso da luz para tornar expressiva a importância do anjo salvador. Na mesma cena apresenta ao centro o anjo "iluminado", nos dois sentidos, despertando São Pedro e à direita da mesma obra o "iluminado" anjo libertando-o. O trabalho apresenta no contraste o fundo sombrio dos soldados e prisão.
 
Michelangelo se distinguiu da estética renascentista abandonando a crença de que a Beleza é produzida por uma relação matemática de proporções entre as partes do todo, e confiava antes nos sentidos. Dizia que é mais necessário ter um compasso no olho do que nas mãos, pois as mãos produzem a obra, mas quem a julga é o olho. Não se sentia obrigado a seguir leis estéticas apriorísticas dizendo que o artista não devia ser guiado senão pela ideia que concebera, e considerava possível definir outras proporções igualmente aceitáveis e belas. Sua insistência na sua própria autonomia criativa e na expressão de sua visão pessoal o tornou o primeiro artista do ocidente a ter príncipes e papas a seus pés, decretando por si mesmo como a obra deveria ser realizada, ao contrário da prática anterior à sua geração, quando o artista era um simples artesão obediente à vontade de seus patronos.

Caravaggio, nascido na Itália (1572-1610) "foi uma das personalidades mais fascinantes da história por ter encarnado o ideal do artista em conflito com as convenções sociais". O uso da luz e sombra, definido como o uso dramático do claro-escuro proporcionaram um novo vocabulário histórico.
Esta nova técnica permite a ilusão de maior dramaticidade da cena, uma vez que a representatividade ganhava expressão própria. A luz passou a ser elemento gerador de sensações no receptor. A fonte inspiradora para o uso da luz foi a observação que Caravaggio pintava geralmente com iluminação de lamparinas ou muitas velas, dando-lhes elementos comparativos dos resultados iluminados com forte fonte de luz.


Vermeer, holandês que viveu de 1632 à 1675, aparece como ponto importantíssimo nesta relação das artes plásticas com a iluminação para televisão. Seus quadros são trabalhados com as técnicas assimiladas anteriormente, porém introduz o conceito da sombra e os reflexos da iluminação como representação do ambiente real. Supõe-se que Vermeer utilizou-se da câmera escura como base para representar as cenas. A câmara escura foi inicialmente utilizada em um quarto totalmente escuro com um pequeno furo na parede. Por este furo os raios luminosos projetavam na parede interna do quarto a paisagem "enquadrada". O princípio de uma câmera fotográfica não tinha filmes, mas projetava a cena enquadrada em uma tela que servia de referência ao pintor.


Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Michelangelo
http://www.willians.pro.br/luzartis.htm
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/iluminismoseculo-xviii-textos